Pesquisadora amazônida e egressa do PPG-CiAC leva ciência urbana da Amazônia para a COP30
A Dra. Lorena Antunes Jimenez, pesquisadora amapaense que defendeu sua tese de doutorado no PPG-CiAC em 2025 reforçou a presença amazônica na 30ª Conferência das Partes (COP30), o maior evento das Nações Unidas para discutir e negociar sobre as mudanças do clima.
Entre 10 e 21 de novembro de 2025 os olhos do mundo se voltam para Belém, a cidade sede da COP30. Ao integrar a delegação brasileira na conferência, Lorena participou das atividades realizadas na Blue Zone, a área restrita do evento, onde ocorrem os debates estratégicos, diálogos oficiais e negociações diplomáticas em busca dos acordos internacionais para mitigar a crise climática e seus efeitos de escala global.
Lorena tem acompanhado especialmente as discussões internacionais sobre clima, justiça ambiental e soluções baseadas na natureza, temas estratégicos nos debates globais sobre mitigação e adaptação às mudanças climáticas, que foram tema de sua tese de doutorado e sobre os quais as cidades amazônicas têm relevantes contribuições.
Como Coordenadora Regional do Centro Avançado de Pesquisa-Ação da Conservação e Recuperação Ecossistêmica da Amazônia (CAPACREAM), Lorena recentemente colaborou na redação da Carta de Belém, o documento construído por 22 redes científicas amazônicas e que reúne propostas para fortalecer o monitoramento ambiental, ampliar a equidade socioambiental, valorizar saberes tradicionais e assegurar financiamento sustentável para a ciência regional.
A egressa do PPG-CiAC destaca que a realização da conferência na região amazônica, pela primeira vez, “representa o reconhecimento mundial de que a Amazônia não é apenas floresta, mas também território urbano, plural e vivo, onde milhões de pessoas enfrentam os efeitos das mudanças climáticas, das desigualdades socioambientais e da insuficiência de infraestrutura verde”.
A trajetória acadêmica de Lorena é profundamente enraizada no Amapá.
Durante seu Doutorado no PPG-CiAC, Lorena desenvolveu uma tese inovadora sobre arborização urbana e justiça ambiental em Macapá, abordando questões alinhadas aos temas centrais da COP30. Dentre os produtos da tese, destacam-se dois artigos científicos publicados em renomados periódicos científicos interdisciplinares e de acesso aberto.
O artigo Environmental equity and urban afforestation in the extreme northeastern Brazilian Amazon, publicado em 2024 no periódico Urban Ecosystems evidencia como renda, idade dos bairros e densidade populacional influenciam a distribuição desigual das árvores e do acesso a benefícios ecológicos na capital amapaense. Já foram contabilizados 454 acessos e três citações para esse artigo.
O artigo The influence of environmental attitudes on urban afforestation in the most preserved state of the Brazilian Amazon, publicado em 2025 no periódico Humanities and Social Sciences Communications revela como fatores socioeconômicos e ambientais moldam as atitudes ambientais da população e como essas atitudes influenciam a configuração da infraestrutura verde urbana. Publicado nos últimos dias, durante a realização da COP30, esse artigo já foi acessado 904 vezes.
Ao representar o Amapá e a ciência amazônica na COP30, Lorena reforça a importância de que pesquisadoras e pesquisadores da região ocupem espaços internacionais de decisão, contribuindo com evidências, perspectivas e soluções que emergem diretamente do território. Sua presença na Blue Zone reafirma que a Amazônia — urbana e florestal — deve estar no centro das discussões climáticas, e que a ciência produzida por suas comunidades tem muito a oferecer para a construção de cidades mais resilientes, justas e sustentáveis.
A participação de Lorena na COP30 e o alinhamento de sua tese, produtos dela derivados e atuação como pesquisadora simbolizam o compromisso do PPG-CiAC/UFRJ e das instituições amazônicas com a produção de conhecimento científico de excelência, socialmente relevante e alinhado aos desafios globais da sustentabilidade.
